segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Uma Tal Mulher


Ela tinha olhos de serpente
E um corpo de mulher,
Ela permanecia o tempo todo deitada
Entre os lençóis e almofadas.
Como toda mulher de hoje,
Ela já não é mais assim.

Ela era rainha de bateria
E adorava o salgueiro
Vivia a rotina da semana
Que voltava na segunda-feira.
Como toda mulher de hoje,
Ela já não é mais assim.

Se casou cedo com um coronel
Teve filhos e viuvou,
Lia livros sem capa
Que perderam o valor.
Como toda mulher de hoje,
Ela já não é mais assim.

Tem uma parede cheia de fotos
Que o tempo apagou,
Adora a cor rosa
Mas só veste vermelho.
Como toda mulher de hoje,
Ela já não é mais assim.

No fim da noite, quando o ultimo entrar,
Ela apaga a luz e vai passear,
Deixa pra trás a vela acesa
E espera ver a casa queimar.
Como toda mulher de hoje,
Ela já não é mais assim.

No seu enterro
Só teve bêbados e malandros, e eu.
Fizeram um samba
Para sua cama e seu canto.
Como toda mulher de hoje,
Ela já não é mais assim.

ass. THIAGO MANZO

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