quarta-feira, 22 de outubro de 2008

TEM ALGUMA COISA




Tem um homem na prisão que sente falta
Tem uma criança que encontrou pela primeira vez
Como a velhinha cega da rua de trás
Tem alguém que deixou escorrer pelas mãos
Tem um mendigo no esgoto que apanhou
Aquilo que está na boca de todos mas ninguém diz...

Tem bêbado que só encontra no fundo da garrafa
Tem pai que esqueceu do que se trata
Como a mãe que abandona o filho para pedir mais
Tem padre que prega e não entende do que fala
Tem mulher casada que se submete para não ser deixada
Isso que está na mente de todos mas ninguém pensa...

Tem homem que mudou de sexo só para ver se achava
Tem soldado que lembra quando chega a carta
de alguém longe que sente sua falta
Tem garoto que experimenta e não larga
Tem família que só de olhar se vê de cara
Todas essas coisas tem alguma coisa mas só você não vê.

THIAGO MANZO

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

DEATH OF A HEART



She has sleek ginger jaws of the finest sweetness
that brings me back to my knees,
I would die in this eternal bliss
that throws her grim tasteful wickedness.

Staind by devilish blue eyes
It's no folly's paradise
Caring no less for my body in her arms
And so dead am I


THIAGO MANZO

terça-feira, 15 de julho de 2008

Nota Do Autor


Desenhe um quadro comigo

Definamos uma caligrafia juntos

Imaginaremos um mundo. O nosso.

Não. Minto. Apague isso.

Não é nosso, é deles, dos personagens.

Eles que pedem, que mandam.

O autor não tem nada a ver com isso.

Ele só se responsabiliza pela escrita, pois é o que resta.

Tem coisas que a gente sente, pensa e escreve na letra corrida.

[Outras: não.

Por isso, preciso de toda ajuda possível.

Venham comigo e levarei vocês ao lugar mais íntimo meu.

A minha mente. Ninguém aqui entra.

Mas hoje abrirei uma exceção.

Vocês podem se lembrar do que virão varias vezes seguidas.

Ate recontar da forma que melhor entenderem

Mas, só abrirei minha cabeça, uma vez.

Uma vez só e se quer se basta.

Espero que seja tão interessante para vocês como está sendo para,

[mim.

Bom, por onde começo?

.....................................Ah, sim! Sim!

Primeiro, vêm as cores

É tudo muito pastel, quase âmbar

Porem, há grandes tonalidades de vermelho e verde.

O pastel virá um detalhe e vice – e – versa

Depois, eu pega a terra misturo com a água

Faço uma massa bem uniforme.

Pronto! Fiz meu mundo.

Agora, decorar com papel marche e jogar bastante purpurina.

Incenso, canela e amor de mãe.

Lamber tudo com cola branca, quando secar

Moldar relevos de cima para baixo.

Rir um pouco também é bom, chorar também.

Faz bem para os olhos que são a janela da alma.

Ah! Olha que maravilha, ta bem feito.

Pôr uns campos verdes e praias de areias brancas não faz mal

Posso até não ir lá, mas existem.

Vamos popular a imensidão do meu mundo

Quero pessoas simples, até agora são só pessoas

Espera um pouquinho que virarão personagens reais

Com muita raiva para contar uma estória

Bom, esse é meu mundo, mas eu entrego a vocês

Cuidem bem dele, pois é ai que tudo vai acontecer

Todos os conflitos, discursos e brigas

Vai ter um pouco de religião e política.

Vai ter guerras também, desculpem, não posso evitar.

Prometo que vou tentar fazer com que o bonzinho vença

Se não der, paciência. Quem manda no mundo não sou eu mesmo.

Eu só fiz ele, com vocês supervisionando.

A única coisa que peço e que realmente cabe a mim

Como o autor que sou, é isso:

Leiam minha mente com carinho.

De resto, muito amor e Boa Viagem.

Sejam bem-vindos à minha imaginação.





quinta-feira, 1 de maio de 2008

Love's Craft




Something is waiting for you in the dark,

Isn't it? Something slouching

Among the shadows of the furniture,

Holding its breath among the ticking clocks,

Or crouching

Just outside, pressed against the black glass,

Something hungry and cruel and cold

As a wind that shakes the door,

With a soft heavy step that creaks the floor,

Silent and quick and suddenly sure

As a razor slash,

Isn't it waiting for you in the dark?


You're waiting for something in the dark,

Aren't you? An explosion

Of bright red rage behin your tight shut eyes,

A wave of fear burst from your ticking heart,

An emotion

Just passed your grasp, untouched, unsatisfied,

Something awful and true and old

As a hawk's fall on a dove,

Or a stallion's lunge of mindless love,

Awful and free and wrecklessly wise

As your suicide,

Aren't you waiting for it in the dark?


SEAN KELLY

*Poesia feita em homenagem ao escritor H.P. Lovecraft publicada na revista Heavy Metal em outubro de 1979.

quinta-feira, 13 de março de 2008

O SONHO




Sonhar o sonho que eu tive
viver nas margens do rio Tibes
entrelaçar meu coração
Com o som de uma canção

Cerrar as portas de Canaã
Engolir o fogo de seus olhos
Não entender porque fugir
Com outras promessas vãs

Sonhar o sonho que eu nunca tive
Morrer como um negro tigre
enfrentando o ultimo exercito
Ver queimando no sol o seu afeto

Vendo voar as aves para o sul
Trazer de volta um passado
Uma noite de cristais
Numa casa de candelabros

Thiago manzo

sábado, 8 de março de 2008

HOJE



hoje eu ouvi uma música que falava na sua poesia
Sobre todas as coisas materiais que morreriam um dia
Apesar de ser uma verdade imensa
Não aguentei a falsidade da verdade

Eu pensei que eu poderia ensinar ao mundo
mas aconteceu que o mundo me ensinou
que eu estou preso no meu mundo
Onde aqui eu sou o meu Deus

No fim da Música havia uma flauta indígena
achei gozado nao ter começado com ela
depois percebi que a abertura
Era um grito das cavernas

Depois ficou um silêncio
daqueles silêncios de começo de universo
Como uma prévia do Big Bang
Hoje eu ouvi uma Música
THIAGO MANZO

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

ONTEM



Ontem foi um dia estranho
Estava longe da Terra, numa Lua de estanho
Então eu vi um horror sem tamanho
Era um demônio de olhos castanhos


Que fez pederneira de minh’alma
Uma lama de cor da minha cara
Até meu sexo virou porção de lava
Quando ela me beijou não vi nada


Depois acordei numa cama dourada
Tinha um odor de casa rasgada
E corpos dobrados na Lapa
Meus dedos cobertos de lava


Era muito estrago
Que eu não era estado
Tinha realçado
O mesmo estado
Ontem foi um dia estranho.


THIAGO MANZO